Ana Botafogo, a bailarina do Brasil
Ana Botafogo tem uma carreira incrível no mundo da dança. Conhecida por sua competência e comprometimento, a bailarina contagiou todos com seu amor pela dança e inspira jovens bailarinos e bailarinas do Brasil inteiro.
Ana Maria Botafogo Gonçalves Fonseca (Rio de Janeiro, 9 de julho de 1957) iniciou seus estudos de ballet clássico ainda pequena, em sua cidade natal, mas complementou sua formação na Europa. Sem pensar em seguir profissionalmente na dança, prestou vestibular para letras e foi aprovada. Foi graças a um tio diplomata que issou mudou quando foi convidada por ele a passar um tempo estudando na França. Após 3 meses estudando na Sorbonne, Ana resolveu prestar audição para o novo ballet do famoso coreógrafo Roland Petit, já que tinha levado as sapatilhas… Ana foi aprovada e tornou-se bailarina profissional do Ballet de Marseille. Fazia parte do corpo de baile, mas teve oportunidades de substituir algumas solistas quando estas se machucavam.
Nem tudo foi fácil na sua carreira. Ela conta que, quando convidada a dançar na Inglaterra, percebeu que não tinha visto de trabalho e só podia estudar, mas ela queria dançar profissionalmente! Passou por momentos de frustração, mas ressalta que a família sempre esteve muito presente, embora longe.
De volta ao Brasil no final da década de 70, Ana, ainda muito jovem, foi nomeada primeira bailarina do Teatro Guaíra (Curitiba-PR),onde ficou por 2 anos. Quando voltou à sua terra natal fez parte da Associação de Ballet do Rio de Janeiro, dirigida por Dalal Achcar e, em 1981 prestou audição para o balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde ganhou o papel de Primeira Bailarina.
Ao longo de sua carreira, Ana Botafogo interpretou os papéis principais das mais importantes obras do repertório da dança clássica, como Coppélia, O Quebra Nozes, Giselle, Romeu e Julieta, Don Quixote, O Lago dos Cisnes, Zorba o Grego, A Megera Domada e muitos outros.
Ana recebeu inúmeros títulos pelo reconhecimento ao conjunto do trabalho e divulgação da dança em todo o território nacional. Além disso, esteve no palco com outros grandes nomes da dança; alguns de seus principais partners foram Fernando Bujones, Jean Yves Lormeau, Julio Bocca, Stephen Jefferies, Lazaro Carreño, Alexander Godunov e Richard Cragun. Também dançou como artista convidada de importantes companhias de ballet, tais como: Saddler’s Wells Royal Ballet (Inglaterra), Ballet Nacional de Cuba (Cuba), Ballet del Opera di Roma (Itália), entre outras.
Sua entrada para o Carnaval se deu em 1991, quando recebeu um convite da União da Ilha, que tinha um carro alegórico que reproduzia o Teatro Municipal do Rio onde, segundo o diretor da escola, ela deveria apenas ficar parada para representar os artistas do teatro. Mas ela resolveu ir com suas sapatilhas e sambou o desfile todo nas pontas dos pés! Com isso ela popularizou ainda mais o Ballet.
A estreia como atriz foi em 2006 com Páginas da Vida, novela de Manoel Carlos, onde viveu uma ex-bailarina. Ana foi casada duas vezes e ficou viúva as duas vezes, e assim permanece até hoje.
Considerada, tanto pelo público quanto pela crítica, uma das mais importantes bailarinas brasileiras, Ana Botafogo pode ter se aposentado dos palcos, mas ainda é uma grande referência e inspiração para todos.
DICA DE LEITURA – No livro “Ana Botafogo: Na Ponta dos Pés”, Ana fala do cotidiano de uma bailarina, dos sonhos, amores, das esperanças e dos medos; da importância de se trabalhar numa companhia de balé, onde há outras pessoas com quem dividir o dia a dia de trabalho, pois, para ela, a dança é uma profissão que estimula o egoísmo. Conta também a importância que a família e os amigos têm em sua vida. A obra é baseada em entrevistas para a jornalista Leda Nagle e para a bailarina, coreógrafa e ex-diretora do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Dalal Achcar.