Daiane dos Santos foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial. Ela fez parte da primeira seleção brasileira completa a disputar uma edição olímpica, nos Jogos de Atenas, repetindo a presença nas edições seguintes, nas Olimpíadas de Pequim e Londres.
Daiane possui dois movimentos nomeados após ser a primeira ginasta no mundo a realizá-los: o duplo twist carpado, ou Dos Santos I, e a evolução deste primeiro: o duplo twist esticado, ou Dos Santos II, que possui maior grau de dificuldade.
Em 2003, ao executar pela primeira vez o duplo twist carpado, ao som de Brasileirinho, Daiane conquistou a medalha de ouro na prova do solo do Campeonato Mundial de Anaheim, nos EUA. O Brasileirinho é um choro composto em 1947 por Waldir Azevedo.
Hoje, acrobacia e canção raramente são dissociadas da atleta e fazem parte de sua identidade no imaginário brasileiro.
Daiane começou aos 11 anos, mais tarde que a maior parte dos ginastas, mas a paixão pela ginástica e o esforço dentro do ginásio rendeu frutos: aos 13 entrou para a seleção e competiu o Sul-Americano, ganhando medalha. Enquanto treinava e competia, cursou a carreira de Educação Física. Na sua carreira, Daiane conquistou 9 medalhas de ouro em etapas de Copa do Mundo. Suas últimas apresentações como ginasta ocorreram nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Aposentou-se aos 29 anos. Atualmente trabalha no projeto socioeducativo Brasileirinhos. “Quero quebrar o tabu de que a ginástica é pro Sul e Sudeste. A ginástica é pra quem gosta, pra quem está apaixonado”.
Fontes: wikipédia, gazeta esportiva, confef.org.br/confef/comunicacao/revistaedf/4489
Além de bailarina, coreógrafa e professora, Mercedes Baptista (1921-2014) foi militante da arte, da cultura e da identidade do negro brasileiro.
Seus sonhos pelos palcos nasceram na época que trabalhou na bilheteria de um cinema, em suas horas vagas, escapava para a sala de projeção e sonhava em ser uma artista como aquelas que via nas telonas. De origem humilde, trabalhou, também, em uma fábrica de chapéus e como empregada doméstica.
Nascida no norte fluminense, mudou-se para o Rio de Janeiro ainda muito jovem, onde teve suas primeiras lições de ballet clássico e dança folclórica, em 1945, na escola de dança da bailarina Eros Volússia, reconhecida por seu método de investigação das danças populares.
Três anos mais tarde, Mercedes ingressou, por meio de um concurso, no Corpo de Baile do Theatro Municipal, tornando-se assim a primeira mulher negra a ingressar como bailarina nesta casa de espetáculos. Logo na seleção, sentiu a forte discriminação que procurava afastá-la dos palcos. No teste de cinco etapas, Mercedes não foi avisada da última prova para mulheres, soube que disputaria com os homens, mas não desistiu demonstrando ainda mais seu talento. E embora fizesse parte do corpo de baile do teatro, teve poucas chances de atuar, pois escassas vezes foi escalada para as apresentações.
Mercedes Baptista é considerada a maior autoridade em dança folclórica afro-brasileira, explorando o maracatu, candomblé, jongo, frevo, capoeira, samba, cafezal, congo entre outras manifestações, ritmos e danças.
Sua formação na Companhia e Escola de Dança da bailarina e antropóloga Katherine Dunham, na década de 1950, nutriu Mercedes com danças africanas e ballet contemporâneo e definiu o rumo do trabalho que ela desenvolveu no Brasil. Fundou sua própria companhia, formada por bailarinos negros que desenvolviam pesquisas e divulgavam a cultura negra posicionando-se como a principal precursora da dança afro-brasileira. Na década de 1960, inseriu a dança clássica no desfile da escola de samba Salgueiro, do Rio de Janeiro. Foi coreógrafa da Comissão de Frente, que dançou o minueto. O Salgueiro ganhou o Carnaval nesse ano com um desfile que se tornou referência e revolucionou o carnaval carioca.
Na decada de 1970, Mercedes dedicou-se ao ensino, foi professora de dança afro-brasileira da Escola de Dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nos EUA, ministrou cursos no Connecticut College, Harlem Dance Theather e Clark Center de Nova York. Foi reconhecida por seus alunos como uma professora rígida e exigente, mas mesmo tempo sua bondade tornava possível aos alunos mais humildes e dedicados realizarem as aulas gratuitamente. Em 1976 foi homenageada pelo Bloco Carnavalesco Alegria de Copacabana e seu sucesso como coreógrafa a tornava cada vez mais requisitada para o cinema e a televisão.
Só a partir dos anos noventa, a artista começou a ser reconhecida no país por sua inestimável contribuição para a dança brasileira e para o carnaval carioca. Sua história de luta e superação também foi tema do livro “Mercedes Baptista – A criação da identidade negra na dança”, do escritor Paulo Melgaço. A obra apresenta como a dançarina clássica foi importante referência à valorização da cultura brasileira de matriz africana e na luta pela reafirmação do negro como artista.
Fontes: Mundo bailarinistico, Museu Afrobrasil, Itaú cultural, Click on dance
Os homens também dançam!
E quem disse que não? Desde o início da dança nas cortes no século XIV os homens já dançavam fazendo parte dos casais de um minueto, ou mesmo sozinhos como os “Bobos da Côrte”.
Nos Ballets de Repertório sempre temos o casal principal, e outros casais, que também fazem parte do contexto, sendo que a presença da figura masculina (independente da escolha sexual) se faz muito importante e necessária.
Hoje em dia os homens dançam vários estilos como o hip hop, sapateado, jazz, contemporâneo, Ballet, stiletto, podendo se expressar através da técnica e do movimento, essa arte tão maravilhosa que é a dança.