Ady Addor

Ady Addor, grande mestre de ballet

O nome de Ady Addor remete automaticamente, a uma profissional de carreira sólida e que foi capaz de ensinar com maestria. A bailarina e maítre de balé, reconhecida internacionalmente, atuou como primeira bailarina em companhias como: Ballet do IV Centenário de São Paulo, American Ballet Theatre de Nova York, Ballet Nacional de Cuba e o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

 

Ady Addor nasceu no Rio de Janeiro em 1935, onde passou a infância e a adolescência. Aos 10 anos, ingressou na escola de balé e, aos 16, deixou os estudos para seguir a carreira de bailarina. Dois anos mais tarde, um crítico de dança foi a sua casa pedir que seus pais permitissem sua mudança para São Paulo, a fim de que ela pudesse integrar o corpo de baile do Balé do IV Centenário. A bailarina logo foi promovida a solista, o que representou um grande salto em sua carreira. Com o fim da companhia, criada para as comemorações dos 400 anos da cidade de São Paulo, Ady se transferiu, por um ano, para o American Ballet Theatre. Depois, ela se casou e parou temporariamente de dançar. Voltou aos palcos quando, morando com o marido na Venezuela, conheceu Alicia Alonso e integrou por dois anos o Ballet Nacional de Cuba. Encerrou completamente a carreira de bailarina em 1961, para ser professora de ballet e coreógrafa.

Ady morreu em agosto de 2018, aos 82 anos, ainda dando aulas de ballet, após uma carreira de sucesso. É de su criação o projeto Mestres da Dança, que tinha como objetivo aproximar grandes professores que escreveram a história do ballet no Brasil dos bailarinos e professores da nova geração.

Há dois anos do seu falecimento, assim lembramos dela:

“Ady era inspiradora!!! A cada aula fazia com que nos sentíamos num palco, capazes sempre de nos superarmos. Fazia com que nossa imaginação de estarmos penduradas por cordinhas no teto, nos levasse ao verdadeiro equilíbrio e leveza… Era de uma força e exigência que nos fazia chegar à perfeição… Eu tinha um enorme respeito e admiração por essa Mestra que agora virou uma estrela no céu…” (Lili Almeida, professora de ballet e sócia proprietária da Cia das Artes)

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“Ady era uma mestra generosa, dedicada a arte do ballet, sempre atenta a corrigir os grandes e mínimos detalhes. No começo podia-se achar que ela era ríspida porém aos poucos, ela ia mostrando que nao era tão dura.

Um olhar aguçado, uma inteligência para a dança impressionante! Foi ela quem me explicou as forças contrárias, e como achar o eixo que nunca mais perdi. Passava sequências maravilhosas e pequenos saltos dificílimos, adágios que exigiam força e leveza. Um grande privilégio que tive foi dançar uma coreografia sua, ser ensaiada por ela, uma dança que aliava a técnica com a fluidez ao lado de 2 lindas bailarinas.

Aprendi muito com Ady Addor, como professora e sua conduta impecável dentro de sala de aula. Me espelho no que ela foi e levo o que aprendi ao meus alunos. E hoje agradeço por ter aprendido tanto com ela!” (Camilla Maximiano, professora de ballet)

Fonte: dancaempauta.com.br, acervo.museudapessoa.org

 

Ana Pavlova

Anna Pavlova, uma lenda e uma sobremesa

Você já deve ter provado ou ouvido falar da sobremesa Pavlova. A pavlova é um bolo a base de merengue, crocante por fora e macio por dentro, sendo por vezes decorado com frutos em cima. O que talvez você não saiba é que este doce foi criado em homenagem à bailarina russa Anna Pavlova.

Anna Pavlova nasceu em São Petersburgo em 1881. Aos oito anos, como presente de aniversário, sua mãe a levou para assistir o balé “A Bela Adormecida”. Anna emocionou-se tanto, que decidiu a partir daquele dia se dedicar à dança.

Fez carreira ainda muito jovem no Ballet Imperial Russo e mais tarde, com a própria companhia, realizou várias turnês pela Europa, América e Ásia. Grande bailarina, destacou-se pela disciplina e pela técnica brilhante, a que uniu a grande expressividade de sua força individual. O seu repertório era clássico, convencional, mas gostava de incluir números de danças étnicas.

Seu ballet mais famoso foi “A morte do cisne”, modificado especialmente para ela pelo coreógrafo Mikhail Fokine. A crítica especializada em ballet é unânime em afirmar que ninguém nunca dançou com tanta dor e talento “O lago dos cisnes“, de Tchaikovski. Suas turnês inspiraram toda uma geração e, com nunca antes, Pavlova levou o ballet a muito mais pessoas. Veio ao Brasil várias vezes, apresentando-se em 1918 no Teatro da Paz em Belém do Pará, e na década de 1920 no Teatro Municipal de São Paulo e do Rio de Janeiro.

No final do século XIX o ideal da bailarina era ter um corpo compacto e musculoso, para poder atender aos requisitos de técnica e performance. Anna Pavlova mudou esta visão com a sua figura feminina, graciosa e delicada. Foi uma das primeiras bailarinas a usar um reforço de couro na sapatilha de ponta. Seus pés eram finos e o peito do pé muito curvado. O reforço servia para minimizar o stress nos dedos e facilitar a execução do “en pointe”, mas as sapatilhas ficavam com uma base mais larga, por isso ela retocava todas as suas fotos para que a ponta parecesse mais fina, preservando o ideal romântico de dançar em pontas minúsculas. Isso que na época causou polêmica, com o passar do tempo tornou-se padrão.

Após uma turnê pela Europa e voltando para a Holanda, o comboio em que viajava descarrilou. Anna resolveu sair do trem para ver o que tinha acontecido e vestindo roupas leves foi caminhando pela neve. Dias mais tarde, foi acometida de forte pneumonia. O cisne estava sozinho no lago. A mulher que poderia retratar a morte e a transfiguração no palco estava lutando por sua vida. Morrendo, ela pediu que seu traje de cisne lhe fosse trazido. Faleceu semanas depois, no auge da fama e perto de completar 50 anos. Somente a morte poderia separá-la da dança.

A sobremesa capta perfeitamente o espírito e a arte de Pavlova. O merengue assemelha-se a um tutu cheio de ondas, e as frutas coloridas lembram o brilho vertiginoso de sua dança. A própria vida do doce parece espelhar a famosa rotina das penas de Pavlova: a beleza desaparece rapidamente depois da criação e, a menos que seja consumida, a fruta e o creme despencam – uma sobremesa que morre, como o cisne.

E não deixe de assistir esta jóia de 1920! https://www.youtube.com/watch?v=5SIhAVGDGPs

Fontes: estoriasdahistoria12.blogspot.com; biografias.netsaber.com.br; dancer.com

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